As cinco pessoas envolvidas no espancamento que resultou na morte de um homem na madrugada desta segunda-feira (25), no Centro de Porto Alegre, devem ser indiciados pela polícia por homicídio qualificado. Quem afirma é o delegado que investiga o crime, Filipe Bringuenti.
Um homem de 50 anos, que admitiu ter participado da agressão, se apresentou à polícia após o fato e foi preso em flagrante. Em depoimento, ele disse que reagiu a uma tentativa de assalto e que não desferiu os golpes que mataram o homem, além de não conhecer os demais envolvidos no linchamento. A polícia agora tenta identificar outros quatro envolvidos.
“Todos vão responder por homicídio qualificado. Não interessa quem fez o que. Eles cometeram o assassinato de uma forma que impossibilitou a defesa da vítima e através de um meio cruel”, disse ao G1 o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Único preso até o momento, o homem de 50 anos contou que foi agredido pelo suposto morador de rua que foi espancado durante uma tentativa de assalto em uma parada de ônibus na Praça Parobé, próximo ao Mercado Público. Com a cabeça sangrando, ele teria saído gritando em busca de ajuda para pegar o suposto assaltante.
Três homens e uma mulher, após ouvirem os pedidos de ajuda, partiram em direção ao suspeito de assalto e passaram a agredi-lo com socos e pontapés. Foram dois minutos de espancamento, conforme registraram as câmeras de monitoramento da prefeitura. Mesmo caída, a vítima do linchamento foi atingida na cabeça pelo menos três vezes por pedaços de basalto que estavam na calçada e morreu no local.
Segundo o delegado Bringuenti, ainda não se tem a certeza de que a vítima era mesmo morador de rua, como foi divulgado preliminarmente. Ele ainda não foi identificado e nenhum familiar se apresentou para reclamar o corpo. Além disso, a polícia tenta identificar todos os envolvidos na agressão e descobrir se, de fato, eles não se conheciam.
“Temos alguns elementos para acreditar que realmente ocorreu o assalto. Além da lesão na cabeça do homem que está preso, uma outra testemunha garante ter ouvido gritos de alguém pedindo ajuda, o que não justifica o espancamento. Vamos analisar as câmeras de segurança para identificar os outros envolvidos”, contou o delegado.
A Brigada Militar diz que foi avisada pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) quase 20 minutos depois da ocorrência, às 4h34 desta segunda-feira (25). A polícia diz que chegou ao local em cinco minutos, mas a vítima já estava morta e que nenhum suspeito foi encontrado nas proximidades.
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